Para todos os meus primeiros amores de infância, que foram essencialmente atos de admiração infantil. Ainda tenho algumas doces lembranças do coração palpitando pelo fascínio da curiosidade e do desconhecido.
Para todos os meus amores da adolescência, uma época tão conturbada, em que procurei encontrar amor de qualquer maneira e me encaixar. E mesmo sendo incerto e sem a sintonia necessária para durar, me ajudaram em muitas coisas e de várias formas, algumas só compreendi anos mais tarde.
Para todos os amores passageiros, que eu teimei em tentar mesmo sabendo que não era o meu lugar. A teimosia me fez passar por experiências boas e ruins, mas que no final me fizeram descobrir detalhes da vida que eu não tinha consciência.
Para o afeto sincero que só daria certo em uma outra vida. Sou completamente grata por ter conhecido, mas às vezes sinto a necessidade de pedir desculpas por não ter sido o amor que merecia, por ter recebido mais do que oferecido.
Para a presença que foi o gatilho essencial para o meu processo de descoberta, que me ajudou a abrir de verdade o meu coração. A funesta pandemia que me fez enxergar a (minha) vida de outra maneira, um dos motivos para mudar o curso não apenas desta carta, mas, também, de toda a narrativa.
Para todas as garotas que eu amei em silêncio, com todas as emoções e sensações trancafiadas à sete chaves nas profundezas do meu íntimo. O segredo mais secreto que eu tive, escondido de todos mas, principalmente, de mim mesma.
Para todas as garotas que eu amei sem saber, acreditando que a vontade de estar perto era somente uma forte amizade, que a dor ao escolher rumos diferentes na vida era apenas por eu ser mais emotiva.
Para todas as garotas que eu amei e que não fui capaz de compreender, pois estava presa na mentira de que precisava agir de acordo com o status quo. Ignorando a sensação ruim, me perguntando o que eu tinha de errado.
Para todas as pessoas que amei, mas principalmente para o meu eu que levei tanto tempo para aceitar e amar.
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